Arrufos (1887), de Belmiro de Almeida
Flor Brasileira (1911), de Antonio Parreiras
A Pintura Acadêmica no Brasil e a superação do academicismo
- Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa
prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabilidade
política, depois que Dom Pedro II assumiu o governo e dominou as muitas
rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o próprio
imperador procurou dar ao país um desenvolvimento cultural mais sólido,
incentivando as letras, as ciências e as artes. Estas ganharam um
impulso de tendência nitidamente conservadora, que refletia modelos
clássicos europeus.
Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões
de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar
a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio
da imitação dos clássicos, principalmente os gregos, na arquitetura e
dos renascentistas, na pintura. Os principais artistas acadêmicos são:
Pedro Américo - Sua pintura abrangeu temas bíblicos e
históricos, mas também realizou imponentes retratos, como o de Dom Pedro
II na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu
Imperial de Petrópolis - RJ. A sua obra mais divulgada é O Grito do Ipiranga, que atualmente no Museu Paulista.
Vitor Meirelles - Em 1861, produziu em Paris, a sua obra mais conhecida A Primeira Missa no Brasil. No ano seguinte, já em nosso país, pintou Moema,
que trata da famosa personagem indígena do poema Caramuru, de Santa
Rita Durão. Os seus temas eram os históricos, os bíblicos e os retratos.
Almeida Júnior - Considerado por alguns críticos o mais
brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Suas obra retratam
temas históricos, religiosos e regionalistas, além disso produziu
retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são: Picando Fumo, O Violeiro e Leitura.
Belmiro de Almeida – Depois da Academia de Belas Artes,
estudou na Europa onde recebeu influência dos pintores franceses. Seus
quadros mais famosos são Arrufos, pintado em 1887, e Dame à La Rose, de
1906. Foi um grande desenhista e colorista que superou os ensinamentos
acadêmicos, usando recursos da arte moderna já florescente na Europa,
como o Impressionismo, o Pós-Impressionismo, o Expressionismo e o
Futurismo.
Antonio Parreiras – Aos 22 anos ingressou a Academia de
Belas Artes. Esteve na Itália, onde freqüentou a Academia de Veneza.
Foi autor de quadros históricos a partir de encomendas oficiais, como A
Conquista do Amazonas, para o Estado do Pará. As obras mais
significativas de Antonio Parreiras, por sua criatividade e modernidade,
são as paisagens e os nus femininos como Dolorida e Flor Brasileira. Esses trabalhos, elogiados em Paris, foram muitos mal aceitos no Brasil no início do século XX.
As pinturas de Belmiro de Almeida e a de Antonio Parreiras já dão mostra de uma superação dos princípios neoclássicos. Mas foram as obras de Eliseu Visconti
que abriram definitivamente o caminho da modernidade à arte brasileira.
Esse artista já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos, ele
próprio procura registrar os efeitos da luz solar nos objetos e seres
humanos que retrata em suas telas. Visconti foi também um
artista decorativo, mas a maioria de seus trabalhos é construída por
pinturas de paisagens, cenas do cotidiano e retratos. Como nas obras Trigal e Maternidade, onde podemos notar nítidas características impressionistas.
Eliseu Visconti - As obras de Eliseu Visconti abriram definitivamente o caminho da modernidade à arte brasileira. Esse artista já não se preocupa em imitar modelos clássicos, ele procura registrar os efeitos da luz solar nos objetos e seres humanos que retrata em suas telas. Frequentou a Escola de Belas Artes em Paris. Durante o período que permaneceu na França, Visconti entrou em contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu destes artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante desse estilo na pintura brasileira.
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