O Jantar brasileiro, de Jean-Baptiste Debret, conhecido e muito difundido nos livros de História por abordar as relações cotidianas no Brasil Colonial. A tela permite uma abordagem sobre as disparidades existentes na sociedade brasileira daquele período, quando a escravidão era o pilar de sustentação econômica e social do Brasil. Um aspecto que nos chama a atenção é a extrema facilidade na qual conseguimos identificar os senhores e os cativos escravos. Isso se dá unica e exclusivamente pela pele. De forma secundária, essa diferenciação é feita também pelo fato de que alguns negros servem, é o caso da negra que abana o casal e de que os outros estão a disposição dos brancos para atender a qualquer situação. A mesa posta devorada pelo casal: um escravo está de pé, próximo a mesa, com os olhos fixos na suculenta comida. Na parte inferior da tela, duas crianças negrinhas, filhos das escravas da casa, que ainda não atingiram a idade de serem utilizadas nos serviços mais pesados, comem as migalhas do jantar dada pela mulher do rico senhor colonial que come silenciosamente. Debret, em “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, publicado em Paris
em 1835, leitura indispensável para quem deseja conhecer esse
período de nossa história, dá uma explicação detalhada da cena e dos costumes brasileiros:
"No Rio, como em todas as outras cidades do Brasil, é costume, durante o tête-à-tête de
um jantar conjugal, que o marido se ocupe silenciosamente com seus
negócios e a mulher se distraia com os negrinhos que substituem
os doguezinhos, hoje quase completamente desaparecidos na Europa. Esses
molecotes mimados até a idade de cinco ou seis anos, são em seguida
entregues à tirania dos outros escravos que os domam a chicotadas e os
habituam assim a compartilhar com eles das fadigas e dissabores do
trabalho. Essas pobres crianças revoltadas por não mais receberem das
mãos carinhosas de suas donas manjares suculentos e doces, procuram
compensar a falta roubando as frutas do jardim ou disputando aos animais
domésticos os restos de comida que sua gulodice, repentinamente
contrariada, leva a saborear com verdadeira sofreguidão. (DEBRET, 1835)
Ameiii, ajudou muito obrigada
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ResponderExcluirAMEIII CONSEGUI FAZER MEU TRABALHO DE HISTORIA COM ESSE TEXTO...
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