segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Realismo nas Artes

      

  Os Quebradores de Pedra, de Gustave Coubert
    
    O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação ao Romantismo. Na época, o cenário intelectual era dominado por novas correntes filosóficas - o Positivismo (Comte), o Determinismo (Taine) e o Darwinismo (Darwin). O Realismo se desenvolveu estruturada na observação da realidade, na razão e na ciência. Como movimento artístico, surgiu na França, e sua influência se estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais contra o capitalismo progressivamente mais dominador, ao mesmo tempo em que há um crescente respeito pelo facto empiricamente averiguado, pelas ciências exactas e experimentais e pelo progresso técnico. Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação contra as excentricidades românticas e contra as suas idealizações da paixão amorosa. À passagem do Romantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.

    Os principais representantes no campo da pintura foram Gustave Coubert e Jean François Millet. Talvez, o modo mais simples de se definir ou de se entender o que seja Realismo é reproduzir uma frase atribuída Coubert: "Não posso pintar um anjo, se nunca vi um". Realismo tem portanto como característica a representação detalhada , da natureza e da vida. Eles retratavam as desigualdades da condição humana mesmo com o advento da revolução industrial. O Realismo na pintura: Édouard Manet /Gustave Courbet/ Honoré Daumier /Jean-Baptiste Camille Corot/Jean-François Millet /Théodore Rousseau

      Na escultura, o grande representante realista foi o francês Auguste Rodin. O escultor não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano. Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.
     O Realismo na arquitetura. Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. Em 1889, Gustave Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".
      O Realismo no teatro. Com o Realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição. Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Maxsim Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.
      O Realismo na literatura. Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos. Uma característica do romance realista é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles Dickens.

    Realismo no Brasil. A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia cafeeira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado à leitura de grandes mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil). Outro escritor que participou do Realismo foi Arthur Azevedo.

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